sexta-feira, 26 de março de 2010

O Instituto Irmã Dulce abre as portas para estudantes

O Memorial Irmã Dulce oferece seus serviços educativos a grupos de estudantes da rede de ensino de Salvador e região metropolitana.

Logo na chegada os estudantes são conduzidos a uma sala de vídeo onde assistem a um filme sobre Irmã Dulce. Em seguida, são encaminhados a uma visita às dependências do Memorial com acompanhamento de guias treinados para prestar informações e esclarecer possíveis dúvidas.
Se tiverem interesse, é permitido conhecer um dos núcleos das Obras Sociais Irmã Dulce, que pode ser o Centro Geriátrico ou o Centro de Portadores de Deficiências. Mas, é preciso expressar o interesse no ato do agendamento da visita.
As visitas devem ser marcadas pelos telefones: 33101115 / 33101261 e a entrada é franca. Falar com Carla ou George, das 9h às 17h, para informações complementares.

O objetivo deste trabalho é promover um momento de reflexão e discussão sobre ações práticas e concretas de cidadania e solidariedade na sociedade, tendo como referência a história de luta dessa religiosa por uma sociedade mais justa e igualitária.
O núcleo Cultural Irmã Dulce há 17 anos tem a função de difundir e preservar a biografia dessa proeminente personalidade baiana do século XX que, através de obras sociais voltadas a população carente de Salvador, lutou por uma sociedade mais equitativa .

segunda-feira, 15 de março de 2010

Equipe da Faculdade 2 de Julho participa do projeto radionovela

Estreou na segunda-feira, 8 de março, na Educadora FM, a radionovela "Maria Felipa: A Heroína Esquecida do 2 de Julho". O programa é transmitido às 8h30 e às 17h30, de segunda a sexta-feira. Um resumo dos capítulos da semana é exibido aos sábados, às 8h30.


A produção conta com importante participação da Faculdade 2 de Julho. O jornalista Eduardo Scaldaferri, graduado na instituição, é um dos que assinam o roteiro e a revisão dos textos e Daniela Souza, professora de radiojornalismo da Faculdade 2 de Julho, faz a edição.


"Maria Felipa" conta com a colaboração de Celso Júnior na direção artística, Luciano Bahia na direção musical e trabalhos técnicos, Fernanda Paquelet no roteiro e a revisão dos textos e a atriz Marília Castro, propositora do projeto.


O folhetim, que conta a história da mulher que organizou a resistência aos portugueses na Ilha de Itaparica, é parte do projeto Radionovela, que pretende mostrar outras três histórias de personalidades históricas em programas inéditos de dez capítulos.


Na sequência de "Maria Felipa: A Heroína Esquecida do 2 de Julho" serão apresentados: "Bimba e Pastinha – Histórias Pitorescas da Capoeira"; "Cosme de Farias e sua participação na vida social e política de Salvador"; "A Música e o Cordel do Recôncavo Baiano no Início do Século – Assis Valente e Cuíca de Santo Amaro".



O projeto venceu o Edital de Apoio à Produção de Programa Radiofônico de Radionovela, do Fundo de Cultura lançado no final de 2008. "O formato de radionovela é algo extremamente novo para os dias atuais. Hoje, as pessoas estão acostumadas a acompanhar telenovela, com imagem...”, argumenta Marília Castro.


A atriz fala que para o ator, interpretar somente voz, sem contar com nenhum suporte gestual, é um enorme desafio. Porém ressalta que a maior dificuldade é na edição de texto e de áudio. “Precisei voltar várias vezes e cortar alguma coisa, por conta do tempo do programa. Isso tudo sem deixar ele perder o sentido”, comenta.


Fonte: A Tarde

sexta-feira, 5 de março de 2010

Ilmah Segundo e Kiko Brandão abrem Projeto "Em Cantos" de 2010

Muitos estudantes da Faculdade 2 de Julho compareceram à primeira apresentação de 2010 do projeto "Em Cantos", que aconteceu na Praça das Amendoeiras nessa quinta-feira, 4 de março, no horário de intervalo noturno, tendo como atração Ilmah Segundo e Kiko Brandão.

O público foi surpreendido pelo excelente repertório musical dos estudantes Ilmah M. Peleteiro Segundo e José Nery Brandão (Kiko), do curso de Direito, que brindaram os colegas com músicas de Raul Seixas, Cazuza, Beatles e Leoni, entre outros. O show agradou em cheio o púbico que aplaudiu muito e pediu bis.

Os artistas tiveram contato com a música desde criança - Ilmah aos 11 e Kiko com apenas sete anos. “Comecei a catar as fitas que meu pai deixava espalhadas no banco traseiro do carro para tocar no meu primeiro sonzinho. Foi assim que descobri Led Zeppelin, Pink Floyd, Janis Joplin, Queen e Beatles – esses embalaram os acontecimentos mais marcantes da minha vida”, conta Kiko.
Ilmah queria mesmo era tocar bateria, porém, acomodar um instrumento tão grande e barulhento em apartamento não seria nada fácil e, por isso, decidiu aprender violão, o instrumento predileto do pai. “Apesar dele sempre me incentivar a tocar este instrumento, até certa idade, eu ainda não havia criado interesse suficiente. Toda vez que colava meus dedos nas casas do violão e não conseguia tirar som nenhum, dizia a meu pai que, com certeza, isso não era pra mim”, diz Ilmah.

O resultado foi que, tocando muito mal com uns amigos, no início do aprendizado, como ele mesmo diz, em dois meses, ele já conseguiu tocar a primeira música com os acordes certos. "Hoje, quando me perguntam se tocar violão é difícil, eu respondo que é muito fácil, bastando duas horas por dia para treinar. O segredo de tudo é a motivação", explica.

Mas, quem não pode comparecer não precisa ficar triste pois terá uma nova oportunidade de se deleitar com os artistas da Faculdade 2 de Julho já no dia 11 de março, próxima quinta-feira, das 20h às 20h20. Um dos objetivos do projeto “Em Cantos” é descobrir e revelar talentos no campo das artes, música, teatro, poesia e outros, entre os estudantes, possibilitando momentos prazerosos para todos

quarta-feira, 3 de março de 2010

Exclusão Social e discriminação dominam o debate no "Olhares Sobre o Carnaval"



Estudantes de Administração, Direito, Engenharia Elétrica, Jornalismo e Propaganda & Marketing, além de professores e visitantes, lotaram a Capela da Faculdade 2 de Julho nesta segunda-feira, 1º de março, prestigiando a quarta edição do Seminário “Olhares sobre o Carnaval”, que teve como tema “O consumo e o desrespeito aos direitos humanos”.
O diretor geral da Faculdade 2 de Julho, professor Josué Mello, fez a apresentação do Seminário abordando “Direitos Humanos”. Ele lembrou que este é o grande tema da Instituição 2 de Julho em 2010, ano em que a Faculdade comemora uma década de existência.

Como tem acontecido nas edições anteriores, a polêmica e a provocação mais uma vez esteve presente na mensagem dos convidados. “Nos últimos 10 anos cresce a sensação de que o baiano abre mão da sua condição de cidadão em prol do turismo. E, principalmente, no Carnaval, torna-se cada vez mais comum o soteropolitano ceder seu espaço para os turistas”, afirmou a advogada Cristiana Santos, superintendente do PROCON-BA.

De acordo com ela, o Carnaval transformou-se numa indústria privada e, neste contexto, os espaços públicos também foram “privatizados” - quem não tem condições financeiras é sumariamente excluído. “O poder do consumo avançou sobre os direitos sociais numa inversão de valores incontrolável. Temos o direito de sermos respeitados pela nossa cidadania e transitarmos pela nossa cidade o ano inteiro”, defendeu Cristiana.

A advogada questionou o alto investimento público com obras que visam somente o conforto do turista que, cada vez mais, se sente no direito de até mesmo selecionar quem poderá frequentar o ambiente pelo qual ele pagou. “Lembro-me de uma queixa no PROCON de foliões que queriam denunciar um bloco porque tiveram que dividir o mesmo espaço com um casal de homossexuais. Eles alegaram constrangimento”, comentou.

Em sua apresentação, Cristiana Santos relembrou a trajetória do capitalismo e afirmou que a produção e a publicidade em massa levaram também ao dano em larga escala. A palestrante levantou uma questão preocupante sobre os cordeiros e o absurdo de ter que se assegurarem, através da criação de um Estatuto, os direitos deste trabalhador a receber, além de R$ 27 pelo trabalho, água, luvas, tampão de ouvido e sapatos. “É uma semiescravidão”, pontuou.

“Este fato é do conhecimento de todos, mas as pessoas não dão importância porque, no inconsciente coletivo, acredita-se que o cordeiro também brinca Carnaval, apesar de estar na linha de frente e impedindo, à custa de muita força, o seu povo de adentrar o local reservado aos pagantes”, disse. Para ela, apesar de todo o esforço físico dos cordeiros para manter certa ordem, nos enfrentamentos entre pipoca e polícia, quase sempre acaba sobrando o pior para eles.

Sobre esse assunto, o professor Ailton Ferreira, titular da Secretaria Municipal da Reparação de Salvador (SEMUR), manifestou-se com os dados do Observatório da Discriminação Racial, Violência contra a Mulher e Homofobia, coordenado pela SEMUR, e afirmou que neste Carnaval foram registrados 200 casos de cordeiros sem luvas, água etc., entre eles algumas mulheres grávidas e outras cansadas pela quantidade de varizes nas pernas. “Estas pessoas, geralmente, não reclamam seus direitos porque precisam dos R$ 27”, disse.

Neste momento, a mediadora Cássia Carneiro, coordenadora do Curso de Direito da Faculdade 2 de Julho, abordou uma outra questão muito presente no Carnaval - a exploração sexual e violência contra a mulher. Ela falou sobre a relevância da proteção dos direitos e da solidariedade, praticamente extintos, e passou a palavra ao Secretário Municipal da Reparação.

Ailton Ferreira manifestou sua alegria em estar na Faculdade 2 de Julho para tratar sobre um assunto tão importante e relembrou a tradição desta instituição no combate à repressão e na luta pela democracia conduzida pelo Colégio 2 de Julho.
“Não somos uma sociedade boazinha. Ao contrário, somos racistas, sexistas e homofóbicos o ano inteiro e não seria no Carnaval, este curto espaço de tempo, que mudaríamos isso. Nesta época apenas se tornam mais evidentes nossas atitudes porque fica uma sensação de que tudo é permitido”, polemizou, logo de início. Ele enfatizou o fato de alguns homens se sentirem no direito de agarrar as mulheres desacompanhadas dentro e fora dos blocos e que a recusa por parte delas pode até mesmo resultar em espancamento, fato presenciado por ele e registrado pelo Observatório.

O secretário esclareceu que nossa sociedade é construída sobre muitas desigualdades e é por isso que o negro, ao alcançar ascensão social ou profissional, é discriminado, muitas vezes, pelos próprios negros. Ele exemplificou sua afirmação com uma cena que ilustra bem esta discriminação, durante um evento, em que alguns membros do Governo, em comitiva a Salvador, passaram com os carros oficiais em frente à “Cruz Caída” causando transtornos no trânsito: “Presenciei um guardador de carros comentando com um colega – ‘Rapaz, um monte de negão naqueles carros parecendo até branco’”.

Ferreira lembrou com saudades dos tempos em que se brincava nos clubes, que eram os melhores lugares, porque o Carnaval de rua era conhecido como o espaço da vadiagem. “Como o Poder Público capitaliza tudo que o povo inventa e dá certo, ele também se apropriou da festa de rua e hoje esse é o tipo de Carnaval mais atraente para sociedade de consumo. É preciso mudar este modelo, garantindo o acesso do cidadão menos favorecido economicamente”, justificou.

O secretário afirmou que o Carnaval vem perdendo espontaneidade e a franquia continua a ser vendida mesmo depois que a festa acaba. “E o que se divulga é a imagem de trios com reis e rainhas do Carnaval, cantores brancos, foliões brancos e trabalhadores negros para servir aos turistas, em sua maioria, brancos. É preciso definir qual o lugar dos negros e negras desta cidade na indústria do Carnaval. Faz-se urgente uma discussão sobre os direitos que garantem o bem estar do cidadão baiano neste ambiente de trabalho”, concluiu.

Vários assuntos importantes – sexualidade, sensualidade, Mudança do Garcia, privatização total do Circuito – também foram discutidos e ao final a plateia pode esclarecer possíveis dúvidas e enriquecer o debate com questionamentos relevantes. Quem esteve na capela da Faculdade 2 de Julho nesta segunda–feira certamente saiu de lá com a certeza de ter presenciado um desses acontecimentos marcantes que merecem ser lembrados.